sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Bandeira e Brasão da Vila da Pampilhosa

Brasão: Escudo de prata, locomotiva de negro guarnecida de prata e com rodado de vermelho, acompanhada em chefe de um moringue de barro, de sua cor entre dois cachos de uvas de púrpura folhados de verde e em ponta de dois báculos de ouro filetados de negro e passados em aspa. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúscula: “VILA de PAMPILHOSA”.
Locomotiva – A preto, representa o Caminho-de-ferro, que trouxe o progresso à Vila, passando esta de comunidade agrária para centro industrial. É a reprodução de uma máquina, de 1925, que se encontrou, durante anos exposta na estação dos Caminhos-de-ferro de Pampilhosa.
Cerâmica (Moringue) – Referencia à importância da indústria cerâmica da Vila no início do século XX. A peça em barro, um moringue, é a cópia fiel de um moringue em grés existente no museu etnográfico de Pampilhosa, fabricado na primeira fábrica de cerâmica existente na Vila – a Fabrica Velha.
Cachos de uvas – relação com o Concelho – representam a Bairrada, região onde a Pampilhosa está inserida.
Báculos do episcopado - Báculos, a ouro, do Abade e da Abadessa do Mosteiro de Lorvão, pois na altura da doação no século XII (1117) – o mosteiro era de frades da ordem de S. Bento, passando, no século XIII (1200), a freiras da ordem de S. Bernardo, continuando os habitantes da Pampilhosa a pagar o dito foro ao mosteiro até à extinção dos conventos, já no século XIX (1834).
Bandeira: Esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo branco: Circular, com as peças do escudo sem a indicação de cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda “Junta de Freguesia de Pampilhosa”.

domingo, 11 de janeiro de 2015

A igreja que hoje vemos na freguesia não é a primitiva capela ou igreja onde, no século XV, já Santa Marinha era a padroeira.
Sob o ponto de vista arquitectónico, não há nada no actual edifício que faça lembrar essa época, e há na freguesia pelo menos desde o século XVII um topónimo chamado igreja velha, onde foram encontradas colunas e restos de ossadas que podem apontar para o primitivo local de culto.
O actual edifício é de uma só nave, de tecto apainelado de madeira simples, e a sua construção data do século XVIII.
Sobre a construção da igreja sabe-se muito pouco, os documentos deixam concluir que no século XVII, além do altar da padroeira, tinha apenas os dois altares laterais, - Nossa Senhora do Rosário, e o actual S. José, que era então o Santíssimo.

Texto adaptado de: «Pampilhosa oito séculos de historia» de Maria Alegria Fernandes Marques

As aberturas são rectangulares, a porta principal é dotada de friso e cornija e remate de nicho que duas aletas acompanham, no nicho S. Agostinho de pedra evoca os últimos padroeiros. A porta travessa da direita mostra friso e cornija.
Os retábulos principais e colaterais, de madeira, pertencem à segunda metade do século XVIII, tem duas colunas e pintura a marmoreado. Uma tela, naquele, fecha o camarim e representa o martírio de Santa Marinha, sendo do século seguinte. O retábulo do arco da esquerda é composto por diversas talhas do século XVII e XVIII; o da direita do século XVIII, mostra colunitas e suportes em forma de base de Hermes.
Destacam-se as esculturas de Santa Marinha de pedra gótica, pequena dos séculos XV e XVI, simples são de madeira as de São. José, Virgem com o Menino (Rosário), nos colaterais de tamanho médio do século XVIII, regulares; Cristo crucificado, grande corrente, do século XIX; Santo António, pequeno, do século XVII. A pia baptismal e uma de água benta mostram perfis quinhentistas.
A cruz processional, de prata branca, dos séculos XVI – XVII, mostra braços planos e de terminações trevadas, nó em urna antiga, sendo todas as superfícies decoradas com tarjas entrelaçadas.

Texto adaptado de: Academia Nacional de Belas Artes Inventario Artístico de Portugal Distrito de Aveiro / zona sul – 1959

Acrescente-se que, durante uma obra de conservação, se decidiu retirar a tela que representa o martírio de Santa Marinha, para que fosse restaurada.  Para grande espanto de todos, descobriu-se um altar mor em talha dourada, que estava escondido há anos.

Capela da Vera Cruz

Capela da Vera Cruz


Capela Vera CruzÉ a mais antiga das que se construíram na Freguesia. Conhecem-se referências da primeira metade do século XV. Não se sabe quando foi fundada nem por quem, os primeiros documentos referentes a ela são de 1427. Seria construída em pedra de Ançã com abóbada. Esta capela era considerada uma capela livre da Freguesia da Vacariça subordinada ao bispo de Coimbra sem qualquer relação com o Mosteiro de Lorvão A capela acompanhou as restantes instituições eclesiásticas da Freguesia da Vacariça na sua passagem para o Colégio da Graça em 1557.

Por contrato de 22 de Março de 1643 foram ajustadas obras a realizar na capela. A capela, a sacristia e casa dos padres deveriam ser calçadas e argamassadas.
Esta capela foi desde o século XV lugar de atracção de gentes que aí faziam as suas oferendas, segundo informação paroquial de Pampilhosa, em 1721, muitas pessoas lhe faziam romarias por fazer milagres... Tinha duas procissões por ano, em 10 de Maio e a 14 de Setembro.

Texto tirado de: «Pampilhosa oito séculos de historia» de Maria Alegria Fernandes Marques 

Acrescente-se que esta capela está em total ruína e situa-se num Campo destinado a atividades escutistas.

Capela do Senhor do Lombo

Capela do Senhor do Lombo

Capela do Senhor do Lombo Foi erguida no decurso do século XVIII, no sítio do Lombo, a primeira planta era octogonal e situava-se mais acima do que a actual, no Freixo.

Nos últimos anos do século XX  com a abertura da estrada foi necessário deslocar a capela.

É uma construção simples rectangular encimada por um óculo em losango formando recortes e vidraça em cruz, de vidro azul e branco. Termina no alto com cruz simples de braços arredondados.
Ao lado direito tem a sacristia, um pouco recuada e sobre esta o campanário, com sineta metida numa arcada formando moldura, que termina numa pequena cruz trilobado e ornamentada com duas pirâmides laterais.
Tem esta capela um só altar principal – do padroeiro – o Senhor dos Aflitos. É uma antiga imagem em pedra de Cristo Crucificado, século XVI, corrente. Tem ainda a imagem de pedra da Senhora da Ajuda, renascença graciosa século XVI, mutilada. É uma Virgem com o menino ajudando esta e levar a cruz. Há uma outra imagem em pedra bastante tosca, também de Nossa Senhora com o menino no braço esquerdo, segurando um pequeno globo, na outra mão a Senhora ergue um terço. Estas duas imagens estão colocadas no altar principal, ladeando a imagem do Senhor dos Aflitos.
Numa mísula à esquerda está a pequena imagem de Santa Luzia, em madeira. É mais recente mas anterior a 1872, onde aparece referenciada nos livros de «receita/despesa» desta capela. Ao lado direito está o púlpito, com a base em pedra e gradeamento em madeira. A porta principal é de madeira almofadada, o chão com lajes quadradas de pedra branca e negra, colocadas em simetria, provenientes da antiga capela, e lá colocadas em 1875, como se lê no mesmo livro.
Em 18 de Julho de 1900 dizia-se nela a primeira missa.
Tinha a sua festa feita pelos mordomos em honra e louvor do Senhor dos Aflitos com sermão e missa cantada.

Texto tirado de: «Pampilhosa oito séculos de historia» de Maria Alegria Fernandes Marques

Capela de S. Joaquim

Capela de São Joaquim


Capela São Joaquim
Situada no núcleo antigo da povoação e data do século passado.
É pequena, tem porta ogival, em cujo fecho se vê a data de 1904. Tem sacristia e torre, construídas já no século vinte, por Joaquim Baptista, que abriu também o oratório acima do altar onde se encontra a imagem do padroeiro.

Quanto a imagens, a actual do santo foi mandada executar no Porto, na segunda década deste século por Joaquim Baptista e Joaquim Maria Jordão. 
Possui ainda uma de Nossa Senhora dos Milagres, de S. João Baptista e Santa Teresa. 
A do padroeiro é a de melhor nível artístico; a da Senhora é tosca e primitiva e as outras correntes.
A primeira missa na capela foi rezada em 19 de Agosto de 1923, pelo arcipreste Francisco Ventura da Marmeleira do Botão.
A festa em honra do santo foi inaugurada em 18 de Agosto de 1918, por iniciativa de Joaquim Baptista e Joaquim Maria Jordão.
Em frente da capela situava-se o cruzeiro que hoje se encontra na Barrosa, termo do lugar.

Texto tirado de: «Pampilhosa oito séculos de historia» de Maria Alegria Fernandes Marques

Capela Nª Srª de Fátima

Capela de Nossa Senhora de Fátima


Capela de Nossa Senhora de Fátima Situada na Lagarteira é a mais recente capela da localidade, e acha-se ligada à expansão do século XIX. A sua construção data da década de quarenta do século vinte e a sua inauguração deve ter-se verificado em 1954.
A obra foi feita por subscrição popular mas teve como grandes dinamizadores o Padre José Pereira Torres e o casal António de Campos Tavares e Maria de Jesus de Campos Tavares.
A imaginária é deste século, à excepção do Cristo, que deve ser de finais do século XVIII, inícios do século XIX.
É a única das capelas onde se celebram actos de culto com regularidade.


Texto tirado de: «Pampilhosa oito séculos de historia» de Maria Alegria Fernandes Marques

Figuras importantes:

Nascido a 5 de Junho de 1890,
Guilherme Ferreira da Silva era filho de António Ferreira Inácio, barbeiro sangrador, e de Maria José Silva “ descendente das mais ilustres famílias Pampilhosenses”.
Cursou o Magistério Primário em Coimbra por vontade própria, embora a família aspirasse para o jovem Guilherme a carreira de médico.
Dotado de grande inteligência, frequentava tertúlias no restaurante da estação em Pampilhosa com os grandes industriais da altura. Segundo informação dos seus descendentes deslocava-se frequentemente a Lisboa à “Livraria Portugal” onde se juntavam os grandes inteletuais da época, salientando-se Aquilino Ribeiro de quem era amigo. Era um republicano convicto, certamente destas deslocações resultou o seu vínculo a diversos jornais em que colaborava, Diário da Beira, Republica, Século e Diário de Coimbra.
Vem a casar com Maria do Céu Ferreira Fonseca, professora primária, natural de Celorico da Beira, matrimónio do qual nasceram duas filhas, Edite Ferreira da Silva e Maria José Ferreira da Silva.
De um profissionalismo invulgar, aproveitava a sua ação enquanto professor, para alargar consideravelmente os horizontes culturais das crianças da Pampilhosa.
Deve-se à sua ação de dinamizador cultural, a educação no gosto pelas artes de toda uma geração de Pampilhosenses.
Integrou como flautista a Filarmónica Pampilhosense, associação de cuja direção viria a presidir mais tarde.
Em parceria com o maestro Joaquim Pleno que musicava as obras, escrevia entremezes e pequenas peças de teatro que encenava envolvendo a população autótone.
Ao senhor Professor Guilherme Ferreira da Silva se deve também a “importação” de um costume da época e que perdurou até aos nossos anos 80 do século XX, “Enterro do bacalhau”, que mobilizava toda a Pampilhosa Alta no cortejo em sábado de aleluia.
Funcionava em sua casa, na rua com o seu nome nº 24 uma extensão da Conservatória do registo civil.

Texto retirado da página web da Junta de Freguesia